domingo, 25 de julho de 2010

POEMA DE AMIGA

Oi pessoas,
É com grande prazer que divulgo esse lindo poema composto com extrema sensibilidade por minha amiga Lívia Petry. Aproveito ainda para comentar que tive a honra de participar de uma oficina de contação de histórias com a Trupe de Contadores de Histórias "Quem Conta um Conto", com coordenação da Lívia, na CCMQ. Foi uma experiência maravilhosa conviver com pessoas tão interessantes, incluindo as oficineiras e  colegas. Namastê! Espero que possamos nos encontrar em muitas rodas de histórias para compartilharmos risadas, afeto e reflexões...
Rô Arostegui



  POEMA PARA A MENINA-ROSA

Braços cor de rosa correm para mim,
enlaçam os meus,
brincam de fazer tranças no cabelo.

Mãos cor de rosa buscam as minhas,
depois catam do chão
a boneca sem pernas,
o arame farpado,
a garrafa vazia de plástico.

Olhos cor de rosa fitam os meus,
brilham em meio à lama,
ao barraco de uma peça só.
O barraco erguido do lixo,
espreita os olhinhos
e as mãos, e os braços
cor de rosa
da menina sem mãe.

Lívia Petry

segunda-feira, 19 de julho de 2010

PRA COMBINAR COM O TEMPO...

Salve "batráquios gaudérios" do meu coração!
Será que sai um solzito pra lagartear nos próximos dias?
Enquanto o sol não vem fiquem com a foto da Si, muito diferente, e mais esse poema apropriado para a ocasião.
Beijos coaxados, Rô Arostegui.


SAZONAL

Não suporto esses tempos de chuva infinda
Garoa fina que cai e gela
Água fria que penetra nos poros do corpo
E gruda na pele da alma.
Um limo ardiloso vai ceifando a cor da vida
Sigo com olhos de umidade cinza
Com a alegria nublada!
Invade-me um desalento trágico
Persistente como a chuva em brumas de mistério
Fico cansada, sou fêmea viúva do sol.
Musgos proliferam no meu coração
A vida murcha, recolho e fecho portas.
Hiberno com ursos no abismo da existência
Solitária... Estou exilada na caverna gélida
Inverno em mim, vento e frio enregelante
Intempéries do clima. Mimetizo com a estação.
Enquanto as folhas caem com a chuva
Habito a casa da depressão!

Rosane Arostegui

segunda-feira, 12 de julho de 2010

FOTOS DO INTERIOR DO MERCADO PÚBLICO DE PORTO ALEGRE/RS- PARTE 1

No sábado que passou (10/07/2010) estive dando uma circulada pelo Mercado Público de Porto Alegre/RS. Estes locais costumam ser muito interessantes pela multiplicidade de produtos que comercializam e também pela diversidade de seres humanos que por lá circulam. Sempre que visito uma nova cidade  procuro pelo mercado público, lá poderei ter uma ideia da tradição e costume dos seus cidadãos. 
Na minha opinião locais onde movimentam-se muitas pessoas são muito ricos fotograficamente. Cada um tem seu estilo, rosto, forma, figurino, expressão, enfim... Gosto de contemplar a humanidade, ela é demais!
Aí vão as imagens, um abraço!
Si Fig

segunda-feira, 5 de julho de 2010

PRA NÃO PERDER O COSTUME

Oi gente,
Nossa, faz um tempinho que não posto um poema no blog... Então aí vai um, tenho até escrito novidades, mas me deu vontade de compartilhar esse que já é antiguinho, data de 2008. Deixem comentários!!!
Beijos, Rô Arostegui.

DUALIDADE

Sou aquela selvagem
Que vive sozinha
Que caça a comida
E faz o que quer.
Mas vive outra em mim,
Que se prende a regras e serve a outrem.

Sou a da selva,
Virgem indomável!
Mas aquela outra me capturou
Construiu cidade em mim...

A selvagem quer viver no mato
Na noite, no mistério.
Anseia por viajar nas bordas da lua,
Por se perder entre mil homens
E não achar homem algum...

A civilizada prefere o dia
E o sol quente da razão.
Gosta de caminhos retos,
O salário no fim do mês
E um só homem, bem achado,
Nos 365 dias do ano.

A selvagem é saudavelmente louca,
Criativa e sem limites.
É caos!

A outra gosta das linhas do trem
Namora com a margem dos rios,
Aprecia algemas
E caminha com pés de mundo.
É ordem!

A primitiva é poética,
A civilizada é real.
O paradoxo?
É que uma não vive sem a outra.
E já sou ambas:
Uma livre, outra escrava!

Escrito por Rosane Arostegui