quinta-feira, 21 de abril de 2011

ESCRITOS PASCAIS

Oi gente!

É com grande alegria que compartilhamos com vocês estas rememorações da infância de nossas amigas e partilhantes do glorioso “Palavra e Cor”! Desejamos para todos uma Páscoa muito alegre e repleta de guloseimas que adocem o corpo e a alma!

Rô & Si, blogueiras e coelhas de Páscoa!

P.S– Vejam que fofo o texto da minha amiga e parceira de blog Simone Figueiredo. Depois ela vem dizer que não sabe escrever!

O segundo texto é de uma amiga nossa que não quer se identificar, a quem agradecemos de coração a participação.

Será um alegria se alguém mais quiser nos mandar sua historinha de páscoa para postarmos no blog!

Rô Arostegui


DOCES LEMBRANÇAS DE CHOCOLATE

Simone Figueiredo


Não sei quanto a vocês, mas quando eu era criança, nesta altura do acontecimento já estaria com o meu ninho mais do que enfeitado, aguardando ansiosamente o domingo de páscoa!

Meu ninho era retangular e bem grandão! O coelho o deixava sempre escondido no pátio em lugares bem difíceis. Naquela época o coelho era muito criativo e gostava de ver a criança se esforçar muuuuito pra achar o ninho.

Eu era meio bobinha, como sou até hoje (as pessoas não mudam muito com a idade) e procurava o meu ninho na raça mesmo!

Já o Alexandre, meu irmão caçula, que era muito ligeiro e esperto, levava consigo nosso cão salsicha preto, o Dudu, pra ajudá-lo. E é claro que encontrava o tesouro chocolático bem antes que eu.

Mas tudo bem, eu tinha boa tolerância à frustração, e sabia que mais cedo ou mais tarde iria encontrar minha cesta de páscoa e degustaria lentamente as iguarias que a compunham.

Eu economizava nos ovinhos pascais e juro por Deus que eles duravam até o final de junho!

Dia destes, minhas sobrinhas (que agora já são mães) me revelaram que roubavam ovos do meu ninho. Senti-me muito prejudicada, mas tudo bem alguém deve ter roubado ovos dos ninhos delas também, em algum momento de suas vidinhas... Deus é pai não é padrasto!

Sei que meu irmão Alexandre também surrupiava meu ninho vez por outra, afinal o ninho dele acabava em menos de uma semana!

Fui muito feliz procurando ninhos de páscoa por bons anos de minha infância e acreditando que era o coelho que os escondia... Agradeço aos meus pais por terem mantido esta e outras fantasias vivas em meu coração!

Que Deus abençoe as crianças de hoje e que elas possam sentir a emoção que eu sentia cada vez que acordava pela manhã num domingo de páscoa!





CARTA COR DE ROSA

Autoria preservada

Minha infância foi maravilhosa, moradora de casa de dois andares, num enorme terreno com várias árvores de frutas... Até bananeira, e que dava muita banana! Mamão, abacate, laranja, bergamota, ameixa... Sabe aquela ameixa amarelinha com um enorme caroço? Abóbora de pescoço pra fazer doces deliciosos, quadradinhos com calda. Hummm, minha infância, igual a muitos de meus colegas!

Tínhamos uma família onde esperar o pai pra almoçar lá pelo meio-dia, era quase sagrado. A mãe, de origem alemã, se desdobrava em manter tudo na perfeita ordem e sintonia com o universo dela e do pai.

Sei que foram anos difíceis, de muito trabalho, cansaço, preocupações... Pouco, muito pouco dinheiro, mas jamais vi meus pais reclamando!

Tudo consumíamos e ainda vendíamos aos vizinhos, amigos e parentes por um bom preço. Isto nos ajudava com as outras despesas necessárias à sobrevivência.

Tudo ou quase tudo era feito do que se tinha no terreno: as verduras, os legumes, as frutas. Bah, as chimias e geléias de uva, de pêssego, de bergamota, os sucos de laranja, limão...

Havia um enorme espaço coberto, com divisões, onde meus pais criavam galinhas, patos, coelhos, perus...

O meu pai, como bom italiano, construiu um forno na rua, para assar pães e cucas, e ainda outro para assar a bicharada: coelhos, frangos e cia.

Em épocas como a da Páscoa a boa inquietude reinava...

Meus pais guardavam muitas cascas de ovos. Pintavam com as cores mais lindas, que nos encantavam, e os enchiam com doces, também caseiros.

Uma tia fazia doces de marzipã muito bons! Acho que nem existem mais... Outra fazia balas de coco, que pendurava num suporte e puxava, puxava até amaciar. Depois, fazia rolinhos, cortava e deixava secar.

Não conhecíamos ovos e coelhos de chocolate, e só fomos conhecer muito mais tarde, quando viramos "aborrecentes"!

Éramos felizes por estarmos juntos, mesmo que algumas vezes ocorressem briguinhas...

Ah que saudade da minha infância, tão simples, tão aconchegante, tão família, pura emoção!

É pena que este tempo passou e não volta mais... Esforço-me para manter as lembranças vivas na minha alma, dentro do meu coração!

Desejo que todo adulto possa, pelo menos uma vez na vida, visitar a criança feliz, ingênua e sincera que um dia foi...

Desejo uma Páscoa alegre para todos, com muitas lembranças boas!

4 comentários:

Carla disse...

Que delícia de Páscoa ler estes relatos! Uma ótima Páscoa pra todas vcs, meninas!
O Cor Palavra não pode ser melhor, simplesmente porque já é muuuuito bom! Simples, original e recheado de belos conteúdos! Bjs

gracinha disse...

LINDA FAMILIA....
REALMETE ESTE TEXTO TEM HAVER COM A INFÂNCIA DE MUITOS DE NÓS QUANDO HAVIA UMA INOCÊNCIA PRESERVADA.
"A ILUSÃO"ERA MANTIDA APESAR DE TODOS OS PESARES.....
OLHA QUE VIDA RICA ESTA PESSOA TEVE JUNTO AOS SERES MAIS AMADOS DE SUA VIDA, SUA FAMILIA!
NESTA VIDA PODEMOS DIZER:TUDO VALEU A PENA!
O TRISTE É QUANDO AS FAMILIAS SE PERDEM EM DESCAMINHOS E DEIXAM DE SEGUIR SEUS SONHOS.
POIS O QUE NÓS HUMANOS FAZEMOS AQUI É CONSTRUIR SONHOS DIA APÓS DIA E ISTO EXIGE DEDICAÇÃO,DOAÇÃO,PERDÃO,AMOR E FÉ DO TIPO QUE REMOVE MONTANHAS A CADA DIA, SENÃO, VOCE DEIXA DE CONCRETIZAR SEU SONHO MAIS IMPORTANTE QUE É VER TODOS CRIADOS E ENCAMINHADOS EM SUAS VIDAS.
LINDA HISTÓRIA.......
UMA BELA RESSURREISÃO A TODOS NESTA PÁSCOA.... SIGAMOS EM FRENTE TUDO SEMPRE VALE A PENA QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA.Fernando Pessoa.
um abraço,gracinha.

Rosane Arostegui disse...

Simone e cia.
Nosso blog ficou super fofo em clima pascal com estes textos bacanas, com doces lembranças da infância!!!
Bjka, Rô Arostegui.

Márcia disse...

Gostei das duas histórias, pois fazem relembrar a própria infância, que, no meu caso também tinha ninhos preparados a espera do coelhinho.